sexta-feira, 28 de agosto de 2015

  Teatro em homenagem ao sermão aos Peixes de Padre Antonio Vieira


  Sras. Portuguesas caminham pela cidade colonial e se deparam com Índias.
      -Mas como vós ousas caminhar por tão preciosa colônia de Portugal- diz a mais abastada das damas
      -Essa ser a terra que meus antepassados que nasceram e morreram nela, não ser terra de senhora- diz a mais velha das índias
-Ser terra do povo que nascer aqui, não do povo que nascer no mar- diz a filha da índia anciã
 As ricas portuguesas riem com deboche e a governanta do Palácio da mais rica burguesa declara:
      -Vós sois a escória do mundo não dirija-se à minha senhora de tão insolente forma-
     -Calada serviçal! Não fales por suas senhoras, não lhe foi concebido tamanho direito-diz a outra rica burguesa
Uma índia diferenciada com características europeias e nada indígena toma a frente e fala:
   -Sras. Vós sois belas e formosas damas, mas invadem e escravizam o povo indígena dessa terra, que agora tornou-se meu povo, venho a suplicar para que deixem essa terra-
As damas estranham e declaram:
   -Vós sois uma portuguesa que tornar-se-á uma das concubinas dos nativos! Vossa suplica es algo imensamente desprezado- diz a mais velha burguesa
    -Essa terra fora consagrada pela igreja e não mais pertence a esses nativos, mas sim a coroa- a mais pobre burguesa, porém mais arrogante diz:
Ao dizer isso, duas damas, mulheres de militares, surgem com três jovens guardas, que intercedem mantendo afastadas as índias. Uma das damas fala:
    -Minhas senhoras, o que ocorrera aqui fora algo que não se ocorrerá jamais, vou imediatamente conversa com meu marido para reforçar a segurança da cidade- diz a menor das damas
   -Faz bem! E garanta que essas insolentes não vão mais perturbar a paz das terras do Rei Português- diz a rica burguesa
   -Sem dúvidas senhoras! Soldados capturem-nos imediatamente- diz a maior das damas
   -Vamos coloca-lós em seus devidos lugares- diz o jovem soldado da esquerda
Um jovem índio que se encontrara escondido até então confronta o soldado:
   -Nem por cim...-
  O mais forte do soldado ataca-o.
Então o jovem índio morre aos pés dos soldados, as índias escapam, porém os outros dois soldados capturam a índia europeia, todos os colonos, soldados e burgueses, olham para o corpo caído e o ignoram, então a serva diz:
  -Minhas senhoras a hora está avançada, logo a missa começa-
  -Perfeitamente, não podemos deixar tão baixa existência nos atrapalhar, vamos- diz a arrogante burguesa, após dizer lança um olhar cheio de arrogância e fúria à jovem capturada
Logo as burguesas saem permanecendo apenas as damas, os soldados e o corpo, mas então dois jesuítas aparecem
-Mas que tamanha barbárie ocorrera aqui- diz o mais jovem Jesuíta
-Esses nativos e suas selvagerias- diz a mais baixa dama
-Mas a barbárie vem de nós, por que falas dos nativos ?- responde à arrogante dama 
A dama intrigada não responde, então o outro jesuíta declara:
-Mas como pode a terra por Deus criada, está tão mal assolada e corrompida, será que tal terra falta o sal que detêm o dever de expurgar os corruptos? Ou a culpa deve cair na terra, que não aceita o sal de forma plena e deixa-se ser corrompida?-
As damas e os soldados permanecem calados e escutam solenemente, porém o outro jesuíta entende, como se os dois falassem uma língua diferente
-Filhos de Deus, reflitam profundamente e implorem misericórdia- fala o primeiro jesuíta
-Mas esses nativos...- tenta se defender a maior das damas
-Preferível seria ter como ouvintes peixes, que não interrompem e escutam quietos e solenes- para por fim, declara Padre Antonio Vieira
FIM

João Vitor, 1 ano F-ProEMI

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